meridiano - do latim meridies, "linha que une os lugares que têm o meio-dia ao mesmo tempo" ou "a linha do meio-dia". A mesma raiz latina deu origem aos termos Ante Meridiem (AM), antes do meio-dia, e Post Meridiem (PM), depois do meio-dia.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Pétala(s)

Há uns anos, a minha amiga M. passou uns serões ocasionais a brincar aos pais e às mães (palavras dela) com um L., que tinha conhecido num daqueles antigos programas de chat que às vezes algumas pessoas usam/ usavam para descomprimir e encontrar quem vá para a cama com elas. Aparentemente, entre uma e outra até conversavam de outros interesses que tinham em comum (silêncio pós-coital deve ser chato), acabando a mencionar uma tal ex-namorada, tipa impecável, e que grandes amigos que eles ainda eram.
Esta história só teria verdadeiramente piada se a tal  miúda não fosse nem ex nem parva nenhuma. Um belo dia a minha querida amiga recebe uma sms dela simplesmente a perguntar se sabia que o moço tinha namorada que, por sinal, era ela própria. Oscilou entre "Oh, foda-se, foda-se, foda-se, foda-se, faço de conta que não é nada comigo", "Estou fodida, ainda me aparece aqui à porta e mata-me de pancada", "Atracção Fatal ao contrário", "Vou fugir para parte incerta", "grande cabrão". Desceu sobre ela uma coisa a que chama "solidariedade feminina" ( afinal, isto existe, digo eu, embora esteja certa que a minha amiga pensou sair melhor da história se admitisse tudo). Pediu desculpa, mas não fazia ideia. Mensagem puxa mensagem a outra já lhe agradecia a franqueza e, se entendi bem, até ficou no ar uma vontade de um café, que agora que já não tinha namorado até tinha tempo para isso.
Passaram uns anos, uma emigrou, a outra seguiu com a vida dela, o outro desapareceu do mapa e eis que surge o famigerado Facebook. O outro lá adiciona a minha amiga, não manda mais que um beijinho virtual, pelos vistos engordou e tudo (egos femininos a vibrar de contentamento), e meses depois a ex-namorada descobre-a na lista de amigos. Trocam mails sobre as voltas e coincidências da vida e ficam-se a rir da velha história (e provavelmente a imaginar a cara do  gajo quando ler "M.F. é agora amigo(a) de S.L.") e fica no ar um café um dia destes.
Duvido que algum dia se encontrem. Também ainda não sei a moral da história (cuja maior parte tive que arrancar a frio, sem anestesia). Pareceu digna do espaço.

Do súbito aparecimento de apêndices

Hoje, pela hora de almoço, eu descontraidamente a fumar um cigarro e desaba sobre mim qualquer coisa. Longe de ser um vaso da varanda da  vaca (a vizinha de cima), foi a sensação de me ter crescido um par de tomates.  O que, sendo eu uma mulher, só pode ser no sentido figurado. Pequeninos, tímidos e depilados (esta parte dos depilados dava tema para outro post), é verdade, mas...tcharan! Finalmente apareceram. Este, como diria alguém, já marchou. Puxei o fio, empurrei o banco, torturei os interruptores, arranquei-o da ficha.  O que é curioso é o quanto  me sabe a uma massagem nos pés depois de um dia em cima de saltos: Muito bem. Pronto, eu estive quase quase para escrever O post com "já tinhas juízo, etc etc" mas não foi preciso.  Provavelmente pela primeira vez em toda a vida,  um ponto final sabe a dois pontos hífen parênteses à direita . Acho que a centelha foi o que a prima desdentada me atirou com cheiro a boca em decomposição, analisado por mim em hora e meia de estrada: Eu sei realmente o que quero. Quando não sei o que quero, sei o que não quero ( em minha defesa tenho a dizer que isto não é projecção/ treta/ esquizofrenia/ bipolaridade, porque aparentemente há neste mundo há quem duvide da minha "cabeça arrumada" e a minha própria mãe marcou-me uma consulta no psiquiatra quando eu tinha 20 anos precisamente por causa disso e só isso é um tema para outra conversa. Respirar fundo).
Back in business, portanto, com dois novos redescobertos adereços no sentido figurado.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

A mania

O objectivo inicial era chegar no sábado à tarde e vir embora no domingo depois de almoço. Pelo sim, pelo não, surripiei dois comprimidos da farmácia da minha avó - para me deitar cedo e levantar o mais tarde possível. Ainda estou a tentar descobrir como é que me convenceram a ficar até segunda. Desde pequena que detesto passar ali mais de duas horas. quanto mais três intermináveis dias. Com 5 anos de idade era porque ali comia-se tudo o que estava no prato e a minha tia cozinha mal. Trinta anos depois, cozinho eu  (menos mal) para fintar o tédio monumental ( até à missa fui), aproveitei para me escapar para Lamego assim que os apanhei de costas, a fingir que tinha coisas importantes para fazer num domingo à tarde de ar quase irrespirável. A cereja em cima do bolo, ouvir de uma boca meio desdentada, com menos 10 anos de idade , três filhos e um marido com ainda menos dentes:
"É por isso que estás encalhada, sabes?! Tens a mania que sabes o que queres..."
Nunca ninguém me tinha chamado encalhada. Muito menos que saber o que quero é mania. Foi nesta altura que tomei os comprimidos. Depois acordei, meti-me no carro e tive vontade de beijar toda a entrada do prédio assim que pus a chave na porta.
Foi assim.

Momento "WTF" em "Bom"

Eu vinha aqui despejar as neuroses resultantes de um fim de semana prolongado que foi uma autêntica merda, juro. Mas depois vi que tinha 6 (!!!) seguidores. Depois de mais um bocadinho reparei que um dos seguidores é a Pólo Norte. Assim, o post vai ficar para mais logo que eu vou ali dar saltinhos durante um bocadito e comer uma queijada. Pronto, seis.

(Edit) 00:25 - Afinal, são sete. Salta mais uma queijada. Fui eu que fiz. Mereço. A propósito de bons WTF, deuses, deixo de fumar se algum dia aparecer por ali o Capitão Microondas. Ou o Mak. E Sem ofensa aos outros. Estou o equivalente a star struck. Mas isto passa com mais uma.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

(A) Mulher da Minha Vida,

Há uns aninhos (mais do que ela queria e menos do que realmente parece) a minha melhor amiga nasceu, também a uma sexta-feira 13. Desde que a conheço que tem tentado desmistificar a ideia deste dia ser sinónimo de azar com o facto de ter tido a sorte de nascer. Com toda a razão. Todos concordam. Há pessoas que nascem para ser um sol na vida dos outros.
Ela (ainda) não lê esta coisa, de cuja existência nem sonha mas aqui fica a minha homenagem. Aquilo que esperas, aquilo grande que vive à espera que lhe aconteças, existe. É uma questão de tempo.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Depois

 Comecemos por dividir tudo em dois grupos: De um lado temos aquilo que podemos mudar  e que depende só de nós. De outro, o que é impossível alterar a curto ou médio prazo (porque não depende só de nós, pelo destino, karma ou afins, por capacidades que não temos, porque não acertamos um jackpot, etc, etc). Neste grupo não há dicas.
Aquilo que nos espera depois dos 25 (ou dos trinta, ou dos trinta e cinco...) é justamente aquilo que fizemos por merecer nos anos anteriores. Podemos falar do corpo, de relacionamentos, de emprego, de tudo aquilo que constitui a nossa própria ideia de felicidade. Toda a gente te leva a sério (ou devia) porque, aparentemente, já tens idade para saber aquilo que queres. E tens mesmo, por isso é melhor começares a pensar nisso. Daí que, se alguns anos mais tarde deres por ti a lamentar-te ou não, a maior parte da responsabilidade é mesmo só tua.  O lado positivo é teres cada vez mais experiência e maturidade e garra e cojones para discernir o que é realmente importante e, se quiseres, mudares tudo. O que espera - ou devia esperar - depois dos 25 não são só rugas de expressão e a maldita força da gravidade. É a tua vida toda.  

(A Maria queria dicas e eu um tema para um post. A mim bastou-me, espero que à Maria também.)

Compensação (continuação da conversa anterior)

... rejuvenesci. Estou melhor agora do que aos 25.
Pff... também não era muito difícil. Há elogios com sabor estranho.

Momento "WTF"

Parece que EU TAMBÉM digo demasiados palavrões.
Parece que é por EU TAMBÉM ser do Norte.

(Só porque "puta" serve para tudo)

Toys r me

Moro em frente a um ginásio e só me lembro que preciso ir comprar pilhas. Depois, que precisava de um gato ou dois para complementar uma ideia qualquer da trintona/-inha que tem gatos com nomes fofos e, como hobby, descobrir potencialidades de sex toys. Se isto fosse um pacote de açúcar : "Um dia deito todos os brinquedos fora". Graças aos deuses, não é e amanhã chega um novo. Practice makes perfection.

( Na casa da minha mãe vê-se as Tardes da Júlia, de segunda a sexta. Não há mais distracções perto o suficiente para ir a pé e tenho fé que, se deixar o carro sossegado durante um dia, a gasolina no depósito vai multiplicar-se )

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Da Vida dos Outros

«Problemas das mulheres: Fazer de conta que "teremos sempre Paris" é uma coisa fantástica.»
 


O "teremos sempre" soa-me a compensação por algo que nos é devido no presente.



Ocorrências ao calor

Enquanto o verniz secava, ocorreram-me os inúmeros (dois ou três) artigos pseudo-especialistas - ou especialistas mesmo, que às vezes a diferença é difícil de notar- que li sobre o quanto o FB alterou para pior as relações, responsável por separações e divórcios e por aí.  A mim não. Até deu combustível mental para uma ou outra e não é isso que me traz aqui.
Falando de novos meios de comunicação, o verdadeiro responsável pelas minhas desgraças tem sido o telemóvel. É por isso que cada um morre às minhas mãos e o último se foi ,em glória, esmagado contra a parede da sala e só não morreu acompanhado porque tenho uma pontaria péssima e errei a televisão. Porque não envio sms fofinhas para dizer que estou na casa de banho àquela hora a pensar nele, porque tenho a mania de me esquecer do dito em casa, porque sou difícil de apanhar depois as pessoas pensam que não quero falar com elas (oh, really?). Em suma, abomino a ideia de estar sempre contactável. Para mal do meu coraçãozinho, um qualquer modelo barato da Nokia não é acessório e, logo, não me sinto na obrigação de o trazer ao pescoço. Depois, aquela tal pessoa a quem me lembrei de perguntar "Mas tu ainda me amas?" e me respondeu "Agora não é hora de falar nisso. Depois falamos." Estaria à espera do "depois" há 10 anos se não fosse minimamente inteligente. Entre outras coisas ridículas.
Por mim, teria alegremente parado no tempo em que o telefone pesava dois quilos e a mobilidade era directamente proporcional ao comprimento do fio. Mas, no fundo, sou uma escrava daquele toque. E isso chateia-me.

sábado, 7 de agosto de 2010

Depois, acordas e... aconteceu mesmo.

É por dias que parecem argumento de filme que me recusaria a ver, que dá vontade de dar graças aos deuses por, ciclicamente, decidir não pensar. Maresia, sexo, comida, vinho branco, pôr do sol na varanda com vista para o mar e regresso a 220 km/h, com músicas que bem poderiam ter o nosso nome no título. Sabemos que é mais, mas foi o que se registou no álbum. Dia perfeito, portanto. E, ao que parece, também me acontece a mim. Citando a Cidália, "Oh God, make me good, but not (just) yet..."

(Depois uma mulher levanta-se com o corpo todo dorido e dá com a surpresa de dois seguidores... Uau. Obrigada por terem passado por cá...  Em consciência, sou obrigada a avisar-vos que este projecto de blog é pouco mais que um balde de lixo: entre as preciosidades que, eventualmente, possam surgir, haverá sempre muita porcaria misturada. Estão por vossa conta.)

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Mais uma ficha (II)

O C.
Da primeira vez... era a outra que ele queria e com quem queria ficar e eu até tinha um namorado que permaneceu ignorante destes devaneios até hoje.
Da segunda vez...(mais tarde) não sabia o que queria. Eu também não, mas sabia que não queria ir por ali. Não era tempo.
Da terceira vez ( muitíssimo mais tarde)...repetição da primeira vez, mas com "outra" diferente. Eu fiquei zangada.

A quarta vez começou há dias.

Não sei se é desta ansiedade sobre o que poderia ter sido, dos bons dias e noites que passámos juntos ou uma vã esperança naquilo que ainda pode vir a ser, mas a ficha está comprada. Quando daqui por algum tempo aqui voltar e ler este post de coração e alma esfarelada, aqui fica a voz da consciência:

JÁ TINHAS JUÍZO, NÃO?!

(Não é falta de amor próprio, que isso tenho eu de sobra. É sede. Era assim aos 20 anos, sou assim agora. Nada mais o justifica, sem entrar pelos meandros do Karma. Há pessoas que passam toda uma vida a procurar uma paixão digna de definição de dicionário. Pelo menos posso dizer que já lá estive.)

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Veni, vidi... e ainda estou à espera de ganhar alguma coisa

"Porque da mesma forma que o sexo nunca é só sexo, também o que fica de fora não fica totalmente de fora..." (O Carrossel)
Parece-me uma explicação plausível. Mas no fim, o que fica é nada... num quarto azul com janela para a traseira do prédio. Chegar, ver e perder.

Mais uma ficha

É raro o dia em que não pense sobre esta minha capacidade (?) de, após voltas e voltas e voltas, reduzir tudo às boas recordações e ao melhor que as pessoas me trouxeram. Ainda que, anos ou vidas lá para trás, tenha jurado a mim mesma precisamente o contrário. Após  meses ou anos a destilar amargura, dou por mim a ficar verdadeiramente contente por ver/ter notícias de quem tanto me deixou plantada (em sentido mais e menos literal). A psicologia deve poder explicar. Para mim, só pode ser masoquismo. Ou a prova viva de que, algures lá no Paraíso, há um lugar marcado para mim, de tão anjinha que sou.
Mais uma viagem no Carrossel Maravilha, pois.

(Mas se não fosse assim, desconfio que não vivia de todo.)

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Tédio(s)

Quando estou realmente aborrecida, ligo o computador e sou capaz de passar horas a ver todas as categorias do YouPorn. Até que me farto e vou dormir. Ou não. É remédio santo.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

A Realidade Morde II

Já podemos dormir todos descansados, ao saber que o nosso sono dos justos é velado, das profundezas do Atlântico, pelo Tridente. Gosto mesmo. Um bocadinho daquele submarino preto e gordinho é meu. É como se todos os santos meses eu própria fizesse uma peregrinação à Base Naval do Alfeite e, feliz e contente, deitasse uma percentagem do meu salário pela amurada. A sensação é mesmo essa. Faz-me lembrar a notícia de uma velha senhora, aquando da mudança da moeda para o Euro, deitou notas de mil e quinhentos escudos no lixo, porque lhe tinham dito que já não valiam nada. (A analogia está em deitar dinheiro ao lixo). Se, como investidora, me tivessem pedido a opinião como deviam, perguntaria se no stand não tinham outra cor... vermelho, por exemplo. Um bocadinho de estupidez a rematar uma estupidez maior. Muitas vezes, a estupidez é real. Silly, silly ...

domingo, 1 de agosto de 2010

A Realidade Morde

Eu compro roupa na C&A, nas lojas dos Chineses, no Jumbo, no Continente, nos saldos da Zara e na feira de Espinho.
No rosto, uso todos os dias creme de baba de caracol e toalhitas desmaquilhantes marca Auchan.
A maquilhagem compro onde calha... também não uso muita e a que tenho dura-me meses e meses.
Os meus sapatos preferidos (umas sabrinas) custaram 7 euros numa loja de Chineses.
Os perfumes que uso, de marca, não custaram mais de 5 euros (eram certamente roubados e o mais barato custou dois).
Não tenho um emprego especialmente interessante e não passo férias em lado nenhum especial, embora  por vezes apanhe sol ali na varanda das traseiras.
O meu telemóvel já tem 6 anos e a tampa da bateria só se segura com fita-cola.
Não estou a viver nenhuma paixão avassaladora com ninguém super hot e giro.
Por enquanto, vivo sozinha com os meus peixes e as minhas plantas (pelo menos não são gatos...)

... Ninguém que cá venha ter por acaso diga que não avisei... aqui não há glamour. Só realidade.