meridiano - do latim meridies, "linha que une os lugares que têm o meio-dia ao mesmo tempo" ou "a linha do meio-dia". A mesma raiz latina deu origem aos termos Ante Meridiem (AM), antes do meio-dia, e Post Meridiem (PM), depois do meio-dia.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Há uns anos assisti a uma reportagem da Skynews sobre o que faz um bom blogue. Lembro-me de um dos entrevistados dizer qualquer coisa como "é como o trabalho, temos que aparecer todos os dias". Está tudo dito. Não me apetece sentar-me aqui a falar de trabalho, do tempo, da vidinha, de como gosto de pão com chouriço, da crise e dos outros blogues e, como disse um certo poeta brasileiro "Se não houver espanto, não escrevo."

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Valha-nos isto

O Porto ganhou. Pequenas alegrias.

Também não ajuda

Também não ajuda em nada à minha qualidade de vida mental do momento a porcaria de filmes para que me arrastam. Sábado, Letters to Juliet. Domingo: The Switch. Eu nem sequer como pipocas, por isso nada, absolutamente nada compensa os cinco euros e tal que gastei em cada bilhete. Eu sei. Já tenho mais que idade para bater o pé mas não gosto de ir ao cinema sozinha - a alternativa. É que nesta terrinha à beira ria plantada ainda há intervalos de sete minutos. Com quem é que comentava a primeira parte? Ou mudo de cidade ou mudo de amigos e qualquer das hipóteses é muito pouco prática.

Por outro lado,

Quem vem sempre bater à minha porta são os maluquinhos da (minha) vida. Esses, voltam sempre. S-E-M-P-R-E.  Exemplos:
1- O marroquino passado dos cornos, amigo do marido de uma colega (que foi a Marrocos há anos, apaixonou-se perdidamente por um marroquino, casou-se com ele e  "importou-o")
2- O gordo obsessivo-compulsivo com madeixas loiras no cabelo, que graças a um amigo que trabalha nas Finanças descobriu a morada e o número de telefone da casa da minha mãe e teve a distinta lata de lhe ligar a perguntar por mim. (Protecção de dados my ass).
Hoje. Tudo hoje. Um de manhã, outro depois do almoço, para equilibrar.
Existem mesmo pessoas que não sabem e nunca vão saber o que é ter um gajo a tocar à campainha com um ramo de rosas na mão, o que é ser arrebatado(a) num improviso que o (a) faz derreter-se por dentro, que ainda não encontraram quem se disponha a derrubar moinhos de vento imaginários ou reais, que lute, que se desunhe, que faça figuras que façam rir. Eu acho que sou uma delas. Ás vezes não me importo com isso mas hoje incomoda-me e apetece-me partir coisas. O problema dos fins de semana é que dão espaço de sobra para pensar e a dor de cotovelo é fodida.

PS- Aquele tal dia bom no fim de Julho não tem absolutamente nada a ver com isto. São coisas diferentes. Há anos que passo a vida a dar segundas, terceiras e até quartas oportunidades. Ia sendo tempo de ter algum feedback, mas quem sou eu para exigir do Cosmos uma coisa tão grande? Estou ressentida, sim, com seja lá o que for que manda nestas coisas. Porque só pode haver alguém a rir-se de mim, de cordelinhos na mão e que decidiu isto assim. Eu não tive absolutamente nada a ver com estes desígnios insondáveis.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Da Vida dos Outros II

Diz A Mulher Certa que O Capitão Microondas é o "Padre da blogoesfera". Achei a associação sábia, mas redutora.
É que aquela parte de esquecer ser negar uma parte da nossa própria existência, embora tenha pouco de religioso, tem o seu quê de sabedoria com S maiúsculo (que não reconheço em padre algum que já tenha conhecido, mas também não conheci tantos quanto isso e o último que conheci deixou de ser padre para se casar com uma paroquiana - não, não é o mesmo.) Sempre soube que sou o que sou graças ao que fui e ao que espero vir a ser. Só que nunca tinha lido as coisas tão bem explicadas.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Da idade

Hoje, atraída por uma T-shirt que se revelou horrível, entrei na Bershka. A Bershka atrai adolescentes como moscas a mel, descobri isso hoje. Fiz contas. Se eu tivesse uma filha agora (muito muito muito improvável), quando a rapariga tivesse 15 anos, eu teria 50. Será que com 50 anos eu iria ter o que é preciso para aturar hormonas aos saltos e parvoíces? 
O meu relógio biológico perdeu, definitivamente, as pilhas. Que descanse em paz.

domingo, 5 de setembro de 2010

PDI

A noite passada, deixei uns amigos num bar às três da manhã e fui obrigada a despedir-me deles com a frase "Já não tenho 20 anos."  Em casa, com o entretenimento certo na altura certa, sou menina para me deitar às quinhentas.  Saio de casa e, a partir das duas, acabam-se as pilhas. Não sei se isto é a meia-idade a aproximar-se. Um dia arranjo gatos para completar o quadro. Ou então, passo a meter-me com gente da minha idade. Ainda que me digam "Ah, tal, pensava que vocês as três eram todas da idade da minha filha". A filha tem 27 anos e eu fiquei contente. É que acabei de fazer 35, não brinquemos com coisas sérias, que a partir de uma certa altura o nosso ego alimenta-se (também) disto.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Já dizia a minha mãe que "não há fumo sem fogo" e ao longo da manhã tenho acreditado com fé quase religiosa na tal senhora da balança e venda nos olhos. Para mim, toda a gente é suspeita - e culpada- até prova em contrário. Porque me lembro de uma amiga de infância que foi abusada por um velho nojento e que nunca contou a ninguém porque ninguém iria acreditar nela. Contou-me a mim, obviamente, já o velho estava a fazer tijolo há décadas. O facto da miúda hoje ser uma mulher perfeitamente equilibrada e normal só prova a resiliência de determinados exemplares da raça humana. Mas nem todos são iguais e tudo isto ainda me faz ferver o sangue. Mau. Muito mau.

Adenda: (17:30) Hoje é um dia bom. Não sei o que existe, não vi, não li, mas se as vítimas consideram que foi de facto feita justiça, eu também. E vou dormir melhor.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Insónias

Preciso de nomes de uma qualquer coisa natural, que não implique ter que acordar a mãe do rapaz do terceiro andar às duas e meia da manhã, que me ajude a dormir. Putas de insónias. O desespero chega a isto. Considerei a hipótese, considerei. Mas a senhora deita-se cedo e os efeitos podem não ser os desejados. Rir sozinha porque sim durante duas horas não é exactamente o que tinha em mente. Sexo está fora de questão. Se calhar o problema é mesmo esse. Está fora (de questão, de rotina, da minha vida, enfim) há demasiado tempo. Quanto tempo é demasiado tempo para mim? Duas semanas.

Capital

Isto de se fazer de conta que se é anónima e mascarar-se atrás de uma foto tirada da net de uns lábios vermelhos tem a sua vantagem. Posso, assim, dizer sem que ninguém me trucide que a semana passada voltei a Lisboa e gosto tanto daquilo que era bem capaz de me mudar para lá. Mas depois lembro-me que me ofereceram qualquer coisa escondida num casaco três vezes entre a Praça do Comércio e a Praça da Figueira, em plena luz do dia e perde a magia toda. Se quiser fazer compras dessas, só preciso tocar numa campainha do terceiro andar, de chinelos e roupão se me apetecer. Venha quem vier, há comodidades que falam mais alto.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Falta de Teclas

Acho que já tinha dito algures que isto (i.e. o blogue) era uma espécie de saco do lixo pessoal, um saco de boxe da alma, uma coisa para descomprimir, assim mais ou menos. Ora nem sempre uma pessoa deita tudo fora (recicla-se) ou está com vontade de sovar uma estrutura cilíndrica pendurada no tecto, cheia de qualquer coisa consistente (honestamente, nunca vi/ senti). Daí que, há que ter paciência. Mas eu estou cá. Hoje, por exemplo, vim tentar saber para que serve a tecla "Pause Break". Caíu, e pergunto-me se vou realmente precisar dela. 

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Pétala(s)

Há uns anos, a minha amiga M. passou uns serões ocasionais a brincar aos pais e às mães (palavras dela) com um L., que tinha conhecido num daqueles antigos programas de chat que às vezes algumas pessoas usam/ usavam para descomprimir e encontrar quem vá para a cama com elas. Aparentemente, entre uma e outra até conversavam de outros interesses que tinham em comum (silêncio pós-coital deve ser chato), acabando a mencionar uma tal ex-namorada, tipa impecável, e que grandes amigos que eles ainda eram.
Esta história só teria verdadeiramente piada se a tal  miúda não fosse nem ex nem parva nenhuma. Um belo dia a minha querida amiga recebe uma sms dela simplesmente a perguntar se sabia que o moço tinha namorada que, por sinal, era ela própria. Oscilou entre "Oh, foda-se, foda-se, foda-se, foda-se, faço de conta que não é nada comigo", "Estou fodida, ainda me aparece aqui à porta e mata-me de pancada", "Atracção Fatal ao contrário", "Vou fugir para parte incerta", "grande cabrão". Desceu sobre ela uma coisa a que chama "solidariedade feminina" ( afinal, isto existe, digo eu, embora esteja certa que a minha amiga pensou sair melhor da história se admitisse tudo). Pediu desculpa, mas não fazia ideia. Mensagem puxa mensagem a outra já lhe agradecia a franqueza e, se entendi bem, até ficou no ar uma vontade de um café, que agora que já não tinha namorado até tinha tempo para isso.
Passaram uns anos, uma emigrou, a outra seguiu com a vida dela, o outro desapareceu do mapa e eis que surge o famigerado Facebook. O outro lá adiciona a minha amiga, não manda mais que um beijinho virtual, pelos vistos engordou e tudo (egos femininos a vibrar de contentamento), e meses depois a ex-namorada descobre-a na lista de amigos. Trocam mails sobre as voltas e coincidências da vida e ficam-se a rir da velha história (e provavelmente a imaginar a cara do  gajo quando ler "M.F. é agora amigo(a) de S.L.") e fica no ar um café um dia destes.
Duvido que algum dia se encontrem. Também ainda não sei a moral da história (cuja maior parte tive que arrancar a frio, sem anestesia). Pareceu digna do espaço.

Do súbito aparecimento de apêndices

Hoje, pela hora de almoço, eu descontraidamente a fumar um cigarro e desaba sobre mim qualquer coisa. Longe de ser um vaso da varanda da  vaca (a vizinha de cima), foi a sensação de me ter crescido um par de tomates.  O que, sendo eu uma mulher, só pode ser no sentido figurado. Pequeninos, tímidos e depilados (esta parte dos depilados dava tema para outro post), é verdade, mas...tcharan! Finalmente apareceram. Este, como diria alguém, já marchou. Puxei o fio, empurrei o banco, torturei os interruptores, arranquei-o da ficha.  O que é curioso é o quanto  me sabe a uma massagem nos pés depois de um dia em cima de saltos: Muito bem. Pronto, eu estive quase quase para escrever O post com "já tinhas juízo, etc etc" mas não foi preciso.  Provavelmente pela primeira vez em toda a vida,  um ponto final sabe a dois pontos hífen parênteses à direita . Acho que a centelha foi o que a prima desdentada me atirou com cheiro a boca em decomposição, analisado por mim em hora e meia de estrada: Eu sei realmente o que quero. Quando não sei o que quero, sei o que não quero ( em minha defesa tenho a dizer que isto não é projecção/ treta/ esquizofrenia/ bipolaridade, porque aparentemente há neste mundo há quem duvide da minha "cabeça arrumada" e a minha própria mãe marcou-me uma consulta no psiquiatra quando eu tinha 20 anos precisamente por causa disso e só isso é um tema para outra conversa. Respirar fundo).
Back in business, portanto, com dois novos redescobertos adereços no sentido figurado.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

A mania

O objectivo inicial era chegar no sábado à tarde e vir embora no domingo depois de almoço. Pelo sim, pelo não, surripiei dois comprimidos da farmácia da minha avó - para me deitar cedo e levantar o mais tarde possível. Ainda estou a tentar descobrir como é que me convenceram a ficar até segunda. Desde pequena que detesto passar ali mais de duas horas. quanto mais três intermináveis dias. Com 5 anos de idade era porque ali comia-se tudo o que estava no prato e a minha tia cozinha mal. Trinta anos depois, cozinho eu  (menos mal) para fintar o tédio monumental ( até à missa fui), aproveitei para me escapar para Lamego assim que os apanhei de costas, a fingir que tinha coisas importantes para fazer num domingo à tarde de ar quase irrespirável. A cereja em cima do bolo, ouvir de uma boca meio desdentada, com menos 10 anos de idade , três filhos e um marido com ainda menos dentes:
"É por isso que estás encalhada, sabes?! Tens a mania que sabes o que queres..."
Nunca ninguém me tinha chamado encalhada. Muito menos que saber o que quero é mania. Foi nesta altura que tomei os comprimidos. Depois acordei, meti-me no carro e tive vontade de beijar toda a entrada do prédio assim que pus a chave na porta.
Foi assim.

Momento "WTF" em "Bom"

Eu vinha aqui despejar as neuroses resultantes de um fim de semana prolongado que foi uma autêntica merda, juro. Mas depois vi que tinha 6 (!!!) seguidores. Depois de mais um bocadinho reparei que um dos seguidores é a Pólo Norte. Assim, o post vai ficar para mais logo que eu vou ali dar saltinhos durante um bocadito e comer uma queijada. Pronto, seis.

(Edit) 00:25 - Afinal, são sete. Salta mais uma queijada. Fui eu que fiz. Mereço. A propósito de bons WTF, deuses, deixo de fumar se algum dia aparecer por ali o Capitão Microondas. Ou o Mak. E Sem ofensa aos outros. Estou o equivalente a star struck. Mas isto passa com mais uma.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

(A) Mulher da Minha Vida,

Há uns aninhos (mais do que ela queria e menos do que realmente parece) a minha melhor amiga nasceu, também a uma sexta-feira 13. Desde que a conheço que tem tentado desmistificar a ideia deste dia ser sinónimo de azar com o facto de ter tido a sorte de nascer. Com toda a razão. Todos concordam. Há pessoas que nascem para ser um sol na vida dos outros.
Ela (ainda) não lê esta coisa, de cuja existência nem sonha mas aqui fica a minha homenagem. Aquilo que esperas, aquilo grande que vive à espera que lhe aconteças, existe. É uma questão de tempo.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Depois

 Comecemos por dividir tudo em dois grupos: De um lado temos aquilo que podemos mudar  e que depende só de nós. De outro, o que é impossível alterar a curto ou médio prazo (porque não depende só de nós, pelo destino, karma ou afins, por capacidades que não temos, porque não acertamos um jackpot, etc, etc). Neste grupo não há dicas.
Aquilo que nos espera depois dos 25 (ou dos trinta, ou dos trinta e cinco...) é justamente aquilo que fizemos por merecer nos anos anteriores. Podemos falar do corpo, de relacionamentos, de emprego, de tudo aquilo que constitui a nossa própria ideia de felicidade. Toda a gente te leva a sério (ou devia) porque, aparentemente, já tens idade para saber aquilo que queres. E tens mesmo, por isso é melhor começares a pensar nisso. Daí que, se alguns anos mais tarde deres por ti a lamentar-te ou não, a maior parte da responsabilidade é mesmo só tua.  O lado positivo é teres cada vez mais experiência e maturidade e garra e cojones para discernir o que é realmente importante e, se quiseres, mudares tudo. O que espera - ou devia esperar - depois dos 25 não são só rugas de expressão e a maldita força da gravidade. É a tua vida toda.  

(A Maria queria dicas e eu um tema para um post. A mim bastou-me, espero que à Maria também.)

Compensação (continuação da conversa anterior)

... rejuvenesci. Estou melhor agora do que aos 25.
Pff... também não era muito difícil. Há elogios com sabor estranho.

Momento "WTF"

Parece que EU TAMBÉM digo demasiados palavrões.
Parece que é por EU TAMBÉM ser do Norte.

(Só porque "puta" serve para tudo)

Toys r me

Moro em frente a um ginásio e só me lembro que preciso ir comprar pilhas. Depois, que precisava de um gato ou dois para complementar uma ideia qualquer da trintona/-inha que tem gatos com nomes fofos e, como hobby, descobrir potencialidades de sex toys. Se isto fosse um pacote de açúcar : "Um dia deito todos os brinquedos fora". Graças aos deuses, não é e amanhã chega um novo. Practice makes perfection.

( Na casa da minha mãe vê-se as Tardes da Júlia, de segunda a sexta. Não há mais distracções perto o suficiente para ir a pé e tenho fé que, se deixar o carro sossegado durante um dia, a gasolina no depósito vai multiplicar-se )

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Da Vida dos Outros

«Problemas das mulheres: Fazer de conta que "teremos sempre Paris" é uma coisa fantástica.»
 


O "teremos sempre" soa-me a compensação por algo que nos é devido no presente.



Ocorrências ao calor

Enquanto o verniz secava, ocorreram-me os inúmeros (dois ou três) artigos pseudo-especialistas - ou especialistas mesmo, que às vezes a diferença é difícil de notar- que li sobre o quanto o FB alterou para pior as relações, responsável por separações e divórcios e por aí.  A mim não. Até deu combustível mental para uma ou outra e não é isso que me traz aqui.
Falando de novos meios de comunicação, o verdadeiro responsável pelas minhas desgraças tem sido o telemóvel. É por isso que cada um morre às minhas mãos e o último se foi ,em glória, esmagado contra a parede da sala e só não morreu acompanhado porque tenho uma pontaria péssima e errei a televisão. Porque não envio sms fofinhas para dizer que estou na casa de banho àquela hora a pensar nele, porque tenho a mania de me esquecer do dito em casa, porque sou difícil de apanhar depois as pessoas pensam que não quero falar com elas (oh, really?). Em suma, abomino a ideia de estar sempre contactável. Para mal do meu coraçãozinho, um qualquer modelo barato da Nokia não é acessório e, logo, não me sinto na obrigação de o trazer ao pescoço. Depois, aquela tal pessoa a quem me lembrei de perguntar "Mas tu ainda me amas?" e me respondeu "Agora não é hora de falar nisso. Depois falamos." Estaria à espera do "depois" há 10 anos se não fosse minimamente inteligente. Entre outras coisas ridículas.
Por mim, teria alegremente parado no tempo em que o telefone pesava dois quilos e a mobilidade era directamente proporcional ao comprimento do fio. Mas, no fundo, sou uma escrava daquele toque. E isso chateia-me.

sábado, 7 de agosto de 2010

Depois, acordas e... aconteceu mesmo.

É por dias que parecem argumento de filme que me recusaria a ver, que dá vontade de dar graças aos deuses por, ciclicamente, decidir não pensar. Maresia, sexo, comida, vinho branco, pôr do sol na varanda com vista para o mar e regresso a 220 km/h, com músicas que bem poderiam ter o nosso nome no título. Sabemos que é mais, mas foi o que se registou no álbum. Dia perfeito, portanto. E, ao que parece, também me acontece a mim. Citando a Cidália, "Oh God, make me good, but not (just) yet..."

(Depois uma mulher levanta-se com o corpo todo dorido e dá com a surpresa de dois seguidores... Uau. Obrigada por terem passado por cá...  Em consciência, sou obrigada a avisar-vos que este projecto de blog é pouco mais que um balde de lixo: entre as preciosidades que, eventualmente, possam surgir, haverá sempre muita porcaria misturada. Estão por vossa conta.)

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Mais uma ficha (II)

O C.
Da primeira vez... era a outra que ele queria e com quem queria ficar e eu até tinha um namorado que permaneceu ignorante destes devaneios até hoje.
Da segunda vez...(mais tarde) não sabia o que queria. Eu também não, mas sabia que não queria ir por ali. Não era tempo.
Da terceira vez ( muitíssimo mais tarde)...repetição da primeira vez, mas com "outra" diferente. Eu fiquei zangada.

A quarta vez começou há dias.

Não sei se é desta ansiedade sobre o que poderia ter sido, dos bons dias e noites que passámos juntos ou uma vã esperança naquilo que ainda pode vir a ser, mas a ficha está comprada. Quando daqui por algum tempo aqui voltar e ler este post de coração e alma esfarelada, aqui fica a voz da consciência:

JÁ TINHAS JUÍZO, NÃO?!

(Não é falta de amor próprio, que isso tenho eu de sobra. É sede. Era assim aos 20 anos, sou assim agora. Nada mais o justifica, sem entrar pelos meandros do Karma. Há pessoas que passam toda uma vida a procurar uma paixão digna de definição de dicionário. Pelo menos posso dizer que já lá estive.)

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Veni, vidi... e ainda estou à espera de ganhar alguma coisa

"Porque da mesma forma que o sexo nunca é só sexo, também o que fica de fora não fica totalmente de fora..." (O Carrossel)
Parece-me uma explicação plausível. Mas no fim, o que fica é nada... num quarto azul com janela para a traseira do prédio. Chegar, ver e perder.

Mais uma ficha

É raro o dia em que não pense sobre esta minha capacidade (?) de, após voltas e voltas e voltas, reduzir tudo às boas recordações e ao melhor que as pessoas me trouxeram. Ainda que, anos ou vidas lá para trás, tenha jurado a mim mesma precisamente o contrário. Após  meses ou anos a destilar amargura, dou por mim a ficar verdadeiramente contente por ver/ter notícias de quem tanto me deixou plantada (em sentido mais e menos literal). A psicologia deve poder explicar. Para mim, só pode ser masoquismo. Ou a prova viva de que, algures lá no Paraíso, há um lugar marcado para mim, de tão anjinha que sou.
Mais uma viagem no Carrossel Maravilha, pois.

(Mas se não fosse assim, desconfio que não vivia de todo.)

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Tédio(s)

Quando estou realmente aborrecida, ligo o computador e sou capaz de passar horas a ver todas as categorias do YouPorn. Até que me farto e vou dormir. Ou não. É remédio santo.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

A Realidade Morde II

Já podemos dormir todos descansados, ao saber que o nosso sono dos justos é velado, das profundezas do Atlântico, pelo Tridente. Gosto mesmo. Um bocadinho daquele submarino preto e gordinho é meu. É como se todos os santos meses eu própria fizesse uma peregrinação à Base Naval do Alfeite e, feliz e contente, deitasse uma percentagem do meu salário pela amurada. A sensação é mesmo essa. Faz-me lembrar a notícia de uma velha senhora, aquando da mudança da moeda para o Euro, deitou notas de mil e quinhentos escudos no lixo, porque lhe tinham dito que já não valiam nada. (A analogia está em deitar dinheiro ao lixo). Se, como investidora, me tivessem pedido a opinião como deviam, perguntaria se no stand não tinham outra cor... vermelho, por exemplo. Um bocadinho de estupidez a rematar uma estupidez maior. Muitas vezes, a estupidez é real. Silly, silly ...

domingo, 1 de agosto de 2010

A Realidade Morde

Eu compro roupa na C&A, nas lojas dos Chineses, no Jumbo, no Continente, nos saldos da Zara e na feira de Espinho.
No rosto, uso todos os dias creme de baba de caracol e toalhitas desmaquilhantes marca Auchan.
A maquilhagem compro onde calha... também não uso muita e a que tenho dura-me meses e meses.
Os meus sapatos preferidos (umas sabrinas) custaram 7 euros numa loja de Chineses.
Os perfumes que uso, de marca, não custaram mais de 5 euros (eram certamente roubados e o mais barato custou dois).
Não tenho um emprego especialmente interessante e não passo férias em lado nenhum especial, embora  por vezes apanhe sol ali na varanda das traseiras.
O meu telemóvel já tem 6 anos e a tampa da bateria só se segura com fita-cola.
Não estou a viver nenhuma paixão avassaladora com ninguém super hot e giro.
Por enquanto, vivo sozinha com os meus peixes e as minhas plantas (pelo menos não são gatos...)

... Ninguém que cá venha ter por acaso diga que não avisei... aqui não há glamour. Só realidade.

sábado, 31 de julho de 2010

Acrofobias

Anos a fio fui eu quem ficou, cá em baixo, sentadinha à espera enquanto outros subiam e desciam coisas  (como a Torre Eiffel, a Sagrada Família, a Torre dos Clérigos, etc, etc, etc) e, com a compreensão de uns, a boa vontade de muitos e uma dose de planeamento estratégico, fui evitando dissabores (i.e. figuras tristes). Até há umas semanas em que, sozinha no Parque das Nações numa bela tarde de Sábado, resolvo dar um passeio a pé. A ligar o Passeio das Tágides ao Passeio de Neptuno parece que há uma espécie de pontão. Para quem não sabe, alguém se lembrou de fazer o pontão com o chão em madeira... tábuas dispostas horizontal e verticalmente, com um efeito giro, quadriculado. Achei que conseguia passar ali, tábuas a abanar e a visão do rio lá em baixo, entre as tábuas. Sempre a repetir para mim - espero que mentalmente, mas não me lembro - "Olha para a frente, I. Olha para a frente. Não olhes para baixo!" Andei 50 metros até que o pânico e os suores frios se instalaram. Parei, respirei fundo, pus a minha cara de "ah, enganei-me, não é para aqui que quero ir" e andei o mais depressa que consegui até terra firme. Quando me consegui sentar na primeira esplanada que encontrei e pedi uma água com açúcar, estava tão pálida que o empregado me perguntou duas vezes se estava bem. 
Não tenho medo de andar de avião, de ratos, aranhas, do escuro, nem que o céu me caia em cima, mas vistas panorâmicas de seja o que for, definitivamente, só em fotografias tiradas por outros. Faz de mim uma pessoa infeliz? Não. Pelos vistos, faz de mim...isto.
Desconfio que o maior propósito deste blog foi contar aquilo a alguém....

Tudo o que vem à rede pode ser peixe

Antes de o ser, o ex abalou-me com umas frases algo feitas, algo inventadas, de como o Amor aproxima tudo e todos, ultrapassa barreiras e nem sempre é preto e branco. Bonito, bonito, vindo de alguém que, verdade seja dita, oscilava entre um autêntico Romeu (porque não encontro comparação melhor) e a sensibilidade da minha porta da cozinha (sendo esta a faceta predominante). Semanas depois de ter passado à condição de passado, abri o documento word onde tinha anotado essa pérola. Imbuída de uma enorme dor de cotovelo ou qualquer ressentimento que justificasse a ideia de que ele nunca teria suficiente je ne sais quoi para se sair com uma teoria daquelas, rezei ao deus Google. De facto, a ideia não tinha sido retirada de nenhum site (alívio e ego lá em cima)... mas acompanhava o seu perfil em sites de Internet Dating. Perfil criado enquanto ainda estávamos juntos. O melhor dos sites era esta preciosidade.  Matem-me....

O Primeiro

Enquanto não aparece ninguém,  é melhor ir arrumando a casa.